A hospitalidade como diferencial no mercado hoteleiro

Por Amanda Torres

Podemos falar que não, mas toda a nossa vida gira em torno do turismo. Ou você trabalha com turismo ou você trabalha para aproveitar as férias com o turismo. E para aproveitar o turismo, também aproveitamos os meios de hospedagem. Seja um hotel de luxo, um hostel, uma pousada ou um resort, algum lugar nos abrigará durante nosso descanso. Mas o que nos faz escolher qual será esse lugar?

Assim que decidimos o destino de nossas férias, vem a dúvida de onde repousar. Será que queremos economizar ou ter mais conforto? Com ou sem café da manhã? Um lugar só para dormir ou com opções de lazer? São muitas questões a considerar. Mas no final das contas, o que ganha a disputa é a hospitalidade.

É muito fácil achar uma cama limpinha e um café da manhã gostoso. Mas a forma como o recepcionista te atende, a atenção com seus gostos pessoais, o cuidado com suas individualidades, tudo isso vem cada vez mais ganhando espaço no coração dos turistas, e esse é o real diferencial dos meios de hospedagem.

Hospitalidade, segundo Boff, é antes de mais nada uma disposição da alma, aberta e irrestrita. Ela, em princípio, não rejeita nem discrimina a ninguém. Por isso é um diferencial tão grande nas empresas. Ela não pode ser forçada. O servir bem vem naturalmente de cada funcionário, fazendo com que seja cada vez mais necessário que o trabalho de contratar seja bem assertivo.

Crédito de Imagem: Amanda Torres

Uma das minhas histórias favoritas de hospitalidade ocorreu no meu atual emprego. Atendi a ligação de um hóspede questionando sobre uma luz acesa em seu telefone. Expliquei para ele que essa luz é acendida pela governança sempre que vão fazer a limpeza e o quarto tem a placa de “não perturbe”, para que o hóspede possa avisar o melhor horário para realizar o serviço. Ele ficou todo sem graça de ter “atrapalhado” a rotina das camareiras (sim, um fofo) e explicou que colocou a placa porque mais cedo teve uma entrevista e aí depois esqueceu de tirar. Falei que estava tudo bem e, antes de perguntar quando gostaria da arrumação, perguntei como foi a entrevista. Ele ficou surpreso e disse que passou! Não me contentei em dar parabéns pelo telefone. Escrevi uma cartinha e mandei com um mini bolinho para ele. A reação dele foi impagável. Me relembrou muito porque escolhi a hotelaria.

E eu gosto desse exemplo não porque foi comigo. (Ta, um pouco porque foi comigo). Mas tem duas coisas nele que exemplificam a hospitalidade. Não é o bolo e a carta. Eu realmente quis saber como foi a experiência dele, fiz isso “de coração”. E a reação do hóspede. Poderia ser alguém que não ligaria para o mimo, mas ao ver a surpresa dele quando perguntei sobre a entrevista, soube que era alguém que apreciaria o gesto. As vezes a hospitalidade é um grande gesto. As vezes é cuidar de tudo para que o hóspede não seja incomodado. De qualquer forma, tem que ser genuíno.

Esse é o grande diferencial dos meios de hospedagem. A hospitalidade é o que nos faz sentir em casa e também o que nos faz querer voltar. Também acredito que é o que faz o mundo um lugar melhor. Uma pessoa hospitaleira não é assim só no ambiente de trabalho. E podemos sempre nos inspirar nos gestos de hospitalidade para levar cada vez mais essa gentileza para o dia a dia.