Crescimento na adoção de pets estimula mudanças nos serviços de hospitalidade

Por Assessoria de imprensa

O aumento no número de pessoas que estão adotando pets no Brasil tem estimulado os diferentes segmentos da hospitalidade, como hotéis, pousadas, shopping centers, lojas, bares e restaurantes, a adaptarem seus serviços visando o atendimento de famílias que não abrem mão de passear e viajar em companhia dos seus animais de estimação.

Divulgado em julho do ano passado, o estudo Radar Pet 2021, da Comissão de Animais de Companhia (COMAC), apontou o crescimento de 30% na adoção de pets durante a pandemia. O aumento é um dos fatores que contribuem para a necessidade de inclusão de soluções como espaços dedicados com áreas de lazer, cuidadores, além de carrinhos para o acompanhamento em passeios, entre outros, nos atrativos oferecidos pelos estabelecimentos do setor para melhor atendimento aos clientes.

Para entender mais sobre as tendências do universo dos pets que estão pautando o setor de hospitalidade, a Equipotel, conversou com Mariana Castro, especialista em lifestyle PET, blogueira e empresária no It Pet Shop. Confira a entrevista, abaixo:

Equipotel (Eq) - Seja em hotéis ou restaurantes, os espaços para pets estão em crescimento. Na sua opinião quais fatores têm contribuído para isso?

Mariana Castro (MC) - A cada dia que passa, pets se tornam mais e mais parte da família. Considerados como filhos, ocupam um espaço cada vez maior na vida das pessoas, que querem estar com eles em todos os momentos. Durante a pandemia, muitas pessoas e famílias decidiram trazer pets para o seu dia a dia, e agora que estamos retornando a uma vida mais “normal”, o desejo de levar nossos pets para todos os lugares é ainda maior. Locais pet friendly passaram a ser não apenas um desejo, mas uma necessidade.

EQ - A partir de que momento diversos setores do mercado passaram a enxergar a necessidade de desenvolver espaços para pets?

MC - A percepção veio de um fato consumado: as pessoas começaram a levar seus pets para todos os lugares. Então, vários setores se viram obrigados a criar soluções para atender seus clientes de forma adequada. Lojas de material de construção criaram carrinhos adaptados; supermercados disponibilizaram espaços onde os pets podem ficar enquanto os tutores fazem compras; shopping centers passaram a aceitar a presença de pets e se prepararam (ainda não tão bem, mas avançaram), treinando suas equipes de segurança e limpeza. Muitos segmentos de negócios passaram a enxergar tal necessidade de seus clientes como algo a ser satisfeito.

EQ - Dentre as novidades que têm surgido, quais você poderia destacar no que se refere à hospitalidade? E o que está disponível para maior conforto e bem-estar dos pets?

MC - A principal tendência são os kits de boas-vindas. Tanto em hotéis como em restaurantes, os pets são recebidos com mimos especiais, que não apenas oferecem conforto, mas tornam a permanência mais saudável e agradável. Por exemplo, os estabelecimentos verdadeiramente adaptados à realidade pet friendly oferecem kits de higiene para resolver os momentos, às vezes embaraçosos, de pequenos (ou grandes) acidentes fisiológicos. Os hotéis especificamente oferecem caminhas, comedouros, bebedouros e comidinhas – entre refeições e petiscos – brinquedos e outros itens. Os hotéis com espaços específicos para pets possuem jardins, piscina, trilhas e amenidades para, por exemplo, banhos e secagem pós-passeio. Alguns foram de tal forma transformados, que recebem apenas pessoas acompanhadas de pets. Isso tende a aumentar.

EQ – Este movimento já é comum em outros países? Alguns deles têm estimulado o desenvolvimento de novidades do setor no Brasil?

MC - Na Europa, a presença de pets em restaurantes e hotéis é fato corriqueiro. E não apenas em locais adaptados, pois as pessoas já esperam que tutores de pets estejam acompanhados dos seus animais de estimação. A maior diferença está na educação e comportamento dos pets em geral. Você não verá um cão latindo dentro do restaurante, ou avançando em pessoas ou outros animais, por conta do adestramento. A convivência harmoniosa faz com que as pessoas se sintam confortáveis, e, portanto, que as regras sejam mais lenientes. Nos Estados Unidos, apesar de menos frequente que na Europa, a presença de animais em locais públicos é muito bem aceita, pois há também a questão do adestramento eficiente e da preocupação com o bem-estar coletivo. Sou muito crítica com a exigência de regras muito rígidas no que diz respeito à frequência de animais em locais públicos.

EQ - Hoje, as pessoas têm optado por locais que tenham menos conforto para estar ao lado do seu PET, ao invés, de locais que oferecem todo requinte, mas não disponibiliza a possibilidade de levar os animais de estimação?

MC - Não necessariamente. Os locais, como eu citei, verdadeiramente pet friendly, oferecem todo o conforto e amenidades para pets e seus tutores. Por exemplo, todos os hotéis mais luxuosos das cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro têm kits pet, como caminhas, comedouros, petiscos e o itens de higiene. As regras nos restaurantes demandam o desígnio de uma área separada, mas muitos locais conseguiram desenvolver espaços incríveis que acomodam pets e pessoas com todo o conforto e infraestrutura. É muito mais uma questão de os próprios estabelecimentos quererem oferecer o melhor aos seus clientes. Daí para frente, é só implementar bem. Há no mercado algumas boas consultorias especializadas em transformar estabelecimentos como hotéis, restaurantes, lojas e shopping centers em espaços pet friendly.

EQ - Os espaços pets geralmente são pensados para cachorros ou há soluções voltadas para outros tipos de pet?

MC - Normalmente, quem passeia mais são os cães. Gatos e outros pequenos animais, como coelhos, porquinhos da índia e furões, até podem passear em bolsas de transporte adequadas, mas não é o programa favorito. Assim, os locais geralmente se preparam para receber cães.

EQ - Quais são as tendências para este segmento?

MC - Sem dúvida a maior tendência é a adaptação da hospitalidade – ou seja, os kits, equipes treinadas para dar suporte aos pets e seus tutores, e espaços adequados. E principalmente, hotéis exclusivos para pessoas que viajam com seus pets.

Atenta a esta e outras tendências, a Equipotel, maior evento de hospitalidade da América Latina, tem buscado destacar as novidades em termos de produtos, comportamento e oportunidades de negócios para os segmentos de hospedagem, gastronomia e coquetelaria. Muitas delas poderão ser conferidas presencialmente na 59ª edição do evento, que acontecerá de 13 a 16 de setembro, no pavilhão do São Paulo Expo. Mais informações podem ser obtidas em https://www.equipotel.com.br/.

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